terça-feira, 14 de junho de 2011

A vida em cor de rosa.


Será que as meninas preferem mesmo a cor rosa? Isso é cultural ou existe alguma explicação de gênero por essa preferência ou tendência? No dia 11 de maio saiu uma reportagem no Estado sobre um documentário da BBC que, em conversas com pais, cientistas e profissionais ligados a indústria de brinquedo, tentava entender e estabelecer o porquê da preferência de meninas pela cor rosa. No entanto, os especialistas não conseguiram chegar a um consenso sobre essa preferência, porque os estudos para determinar se o gosto por certas cores seria cultural ou genético apresentaram resultados contraditórios.

Enfim... as explicações são inúmeras. Existem pesquisadores que alegam que a preferência pelo rosa é nada mais do que a combinação das preferências de homens pelo azul e mulheres por vermelho. Já um estudo da Califórnia diz que as cores que gostamos estão diretamente relacionadas com as coisas que mais gostamos.

Hoje existe um estudo em andamento na Universidade de Cambridge, na Grã Bretanha, liderado pela psicóloga Melissa Hines, que também tenta determinar a origem da preferência das meninas pelo rosa. Apesar de ainda não estar concluído, os resultados iniciais apontam que essa preferência pelo rosa é nada mais nada menos do que a influência não dos pais, mas da indústria, que fabrica massivamente produtos nessa cor para nossas meninas. A meu ver essa seria a explicação mais plausível para os dias de hoje.

Desde que se descobre o sexo do bebê já podemos começar a reparar que parece que o mundo das meninas invariavelmente seria permeado pelo rosa, mas será que a vida delas é tão rosa quanto os objetos que a circundam? Não sei! E essa é também uma preocupação da psicóloga inglesa que encabeça a pesquisa: como o mercado vem usando em excesso o rosa para direcionar a meninas todos os tipo de produtos, principalmente brinquedos. Para ela, as meninas estão sendo incentivadas a ficar longe dos brinquedos neutros, que ajudam a criança a desenvolver a inteligência analítica e espacial - e a cor rosa tem sido usada para sinalizar os brinquedos que devem gostar e escolher. E pelo que temos visto, o uso do rosa como instrumento de marketing já não se restringe ao público infantil.

O problema frente o excesso de rosa e a massificação dos desejos de meninas reside na feminilidade que hoje está sendo vendida às meninas - e também às mulheres - em embalagens cor-de-rosa. Será que precisamos apresentar desde cedo um mundo em cor de rosa para nossas meninas ou podemos ajudá-las a escolher realmente sua cor predileta e original sem ceder aos apelos do mercado?

Por Valéria Inácio

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