terça-feira, 21 de junho de 2011

A Imortalidade Artística de Paris


Meia-Noite em Paris (com o título original Midnight in Paris), é o mais novo filme do cineasta Woody Allen, o qual tem a tradição de lançar um filme por ano. Como o título já presume, a história da mais nova obra do cineasta nova-iorquino é passada em Paris, dando destaque, em múltiplas cenas, na beleza e na singularidade visual, cultural e social que a 'Cidade Luz' possui.
Como foco da história, um roteirista hollywoodiano chamado Gil, interpretado pelo ator Owen Wilson, vai passar as férias em Paris com a noiva Inez, interpretada por Rachel McAdams, e a família dela. Ao se deparar com a atmosfera artística e surreal da cidade, Gil se encanta e alimenta o seu sonho de poder viver nos anos 20, onde grande parte dos artistas mais geniais e renomados viveu, entre os ateliês e cafés de Paris, como F. Scott Fiztgerald, Ernest Hemingway e Pablo Picasso.
Seguindo a receita das comédias românticas, há um conflito entre o casal principal. Inez começa a dar mais atenção ao casal amigo John e Carol, que coincidentemente encontra. A partir daí, John se mostra interessante para Inez com seus conhecimentos sobre a arte e a literatura presente nos museus de Paris. Inez, ao esquecer-se dos dias românticos que teria com seu noivo na imersão da cidade perfeita, não percebe que ele também se afasta por causa do pedantismo e 'pseudo-intelectualismo' de John, como também, pelo encantamento da cidade.
Allen mistura o sentimento nostálgico e a realidade ao tornar vivo o desejo de Gil. O próprio diretor mostra seu desejo oculto de reforçar o acolhimento que a cidade francesa dá aos artistas mal reconhecidos. Lá, Gil consegue terminar seu livro, o qual tinha insegurança se realmente estava digno; E, é a partir da ajuda de seus maiores ídolos literários dentro de uma época já passada e perfeita que ele alcança a magnitude da sua obra.
O filme ainda reflete sobre a perfeição das épocas dentro de cada época, ou seja, a idealização que possuímos dentro de um período a visão de que um determinado tempo anterior seria perfeito. Dentro disso, o diálogo analisa o termo "época de ouro", que para Gil traça a certa época e para Adriana, uma francesa dos anos 20, traça outra época.
A história desfaz a concepção de arte sempre aliada aos museus, algo ostentado e antigo, provocando um novo conceito: a arte aparece como algo a ser experimentado, consumido, o outro lado do intelectualismo vazio. Dentro dessa abordagem, é preciso, pelo menos, um conhecimento básico sobre a história da arte e seus principais símbolos para a maior compreensão da obra.
Contudo, o filme mostra seu humor através da história das artes com a presença dos maiores símbolos desta. Dentre eles, Picasso, Buñuel, Dalí, Fitzgerald e Hemingway, relacionando todos a uma mesma história. A forma como ocorre o desenvolvimento da trama é espetacular e Woody consegue usar sua genialidade para demonstrar o valor da vida contrastando com a dependência da mesma em favor da arte. Ele acredita que a arte mais bem valorizada é aquela que ajuda a compreender a vida.


Por Gabriela Serejo

6 comentários:

  1. Preciso ver esse filme... já li mil críticas e todas me deixam com mais água na boca...

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  2. A maioria dos filmes do Woody são bons, ainda não vi esse, vou vê-lo brevemente.

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  3. Adorei, muito bem feito, realmente se vê de uma estudante de jornalismo dedicada e que está gostando da coisa. Parabéns, continue assim.

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  4. Eu também me apaixonei por esse filme e a maior lição que tirei dele é a de que as gerações são importantes no presente. Essa idéia nostálgica de que a geração anterior é melhor e está mais preparada sucumbe diante da reflexão do Woody Allen.

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