Ponta Negra não é um espaço para turista ver, mas principalmente para turista ter. Os anúncios são muitos e em vários idiomas: inglês, espanhol, italiano. Até o Pelé convida o turista a consumir, não o que é daqui mas consumir o aqui: a nossa terra.
O lucro almejado pelas construtoras e imobiliárias influencia também o preço da nossa água de côco de cada dia. Antes da inflação pontanegrística podia-se apreciar o líquido por cinqüenta centavos mas agora a areia está valorizada e passamos a pagar seis vezes mais. Cada quilômetro quadrado é um flash e um estorvo no bolso do potiguar.
Nós, natalenses, não somos contrários à vinda de turistas a Natal, apenas queremos voltar a passear por Ponta Negra sem tomar um susto ou levantar as duas mãos sempre que for necessário consumir algo na praia. Daqui a algum tempo, iremos preferir banhos de mangueira no jardim de casa...
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