terça-feira, 14 de junho de 2011

Ponta Negra: a praia é nossa mas a cotação é em dólar

Domingo de sol, dia limpo e claro, e o natalense logo é tentado a ir refrescar-se no mar. Neste instante, Ponta Negra torna-se a opção mais viável por fazer parte do centro urbano. No entanto, quando o cidadão chega a areia não reconhece mais a Ponta Negra do seu tempo de criança. O que causa inquietação não é somente a mudança na paisagem. Hoje em dia podemos dizer que temos uma melhor infraestrutura – apesar de não ser a ideal – todavia a praia parece ter sido embalada e posta à venda.
Ponta Negra não é um espaço para turista ver, mas principalmente para turista ter. Os anúncios são muitos e em vários idiomas: inglês, espanhol, italiano. Até o Pelé convida o turista a consumir, não o que é daqui mas consumir o aqui: a nossa terra.
O lucro almejado pelas construtoras e imobiliárias influencia também o preço da nossa água de côco de cada dia. Antes da inflação pontanegrística podia-se apreciar o líquido por cinqüenta centavos mas agora a areia está valorizada e passamos a pagar seis vezes mais. Cada quilômetro quadrado é um flash e um estorvo no bolso do potiguar.
Nós, natalenses, não somos contrários à vinda de turistas a Natal, apenas queremos voltar a passear por Ponta Negra sem tomar um susto ou levantar as duas mãos sempre que for necessário consumir algo na praia. Daqui a algum tempo, iremos preferir banhos de mangueira no jardim de casa...

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