Por: Alexandre Filho; Ana Beatriz Cortez; Felype Joseh; Laura de Oliveira, Maria da Conceição e Rodrigo César
As HQ’s são manifestações culturais de grande relevância para a literatura universal. Inicialmente subestimados, os quadrinhos demoraram um pouco para adquirir uma abordagem mais crítica e social e o respeito dos estudiosos em literatura e comunicação. Classificadas com como culturapop (de massa), as produções em quadrinhos podem possuir uma postura política e social muito interessante quando assim trabalhadas.
O conteúdo das HQ’s sempre foi um produto histórico e social, os estudos só vieram confirmar isso, anos depois. Isto é explicado quando se observa a figura do herói, característico das histórias em quadrinhos norte-americanas do século XX. O individualismo da sociedade capitalista gerou a imagem dessas figuras. A crise de 1929 trouxe a necessidade de um indivíduo forte para suportá-la, e as grandes guerras da época também necessitavam de uma abordagem voltada para a área de entretenimento. Assim, o individualismo e a crise social promovem a constituição de um gênero centrado no herói. O Superman, por exemplo, surge no contexto desta crise e diante da necessidade de uma resposta fictícia ao nazismo por parte dos EUA, e foi por isso que os nazistas afirmaram que ele era “judeu”.
Nos anos 80 surgiram produções inovadoras, onde o público-adulto foi privilegiado. Personagens já existentes ganharam complexidade e conflitos mais maduros. Além de meras aventuras de lutas e ações, ganham uma personalidade mais complexa e problemática, tal como Batman (que possui notoriamente conflitos de ordem psicológica), cujo objetivo é manter o público jovem, que se tornou adulto, e iria querer algo mais além de lutas contra vilões já conhecidos. Neste momento, também aparecem obras mais politizadas, tal como V de Vingança, que apresentava a história de um herói anarquista lutando contra um regime fascista. O criador, Alan Moore, inclusive, declarou que sua obra era uma metáfora da sociedade inglesa sob o governo neoliberal inglês.
A grande verdade é que os quadrinhos sempre foram referências infantis para a maioria da população, a imagem deles sempre esteve relacionada às crianças e aos jovens, sendo enquadrado como material de mero entretenimento. Como fenômeno social, as histórias em quadrinhos começaram a serem objetos de estudo para a sociologia, entre outras ciências. O elitismo intelectual impedia, muitas vezes, essa interessante análise da cultura dos quadrinhos e do seu papel social.
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